quarta-feira, 27 de março de 2013

Adotando a Evangelização de Espíritos III

Prosseguindo com nossos relatos sobre a experiência de renovar a metodologia de trabalho do Lar Espírita Chico Xavier, por meio da Evangelização de Espíritos, falaremos hoje sobre como exatamente as antigas palestras públicas têm sido substituídas por reuniões em roda, participativas e entremeadas pelos recursos da Arte e da Natureza.

Inicialmente, convém lembrar que nosso programa de estudos que começou em janeiro e deverá se estender até maio se baseia num olhar analítico, reflexivo e, em alguns momentos, vivencial sobre o item 3, capítulo 17, do Evangelho segundo o Espiritismo. O texto, escrito por Kardec, enumera as características do "verdadeiro homem de bem".

O que fizemos foi agrupar essas características em categorias (Benevolência, Indulgência, Autocrítica, Desapego etc), convidando cada trabalhador da casa a identificar qual destas construções íntimas do homem de bem era mais desafiadora para si, mais difícil de ser vivenciada. Feita a escolha, aqueles que selecionaram a mesma virtude foram agrupados em duplas ou trios e estimulados a conduzirem juntos os estudos sobe o tema, às quartas à noite, no Lar Espírita Chico Xavier.

Observe-se a preocupação de que os estudos fossem, antes de tudo, oportunidades-estímulos para que os trabalhadores da casa aprofundassem as reflexões sobre a dificuldade pessoal identificada, procurassem subsídios para aclarar as ideias sobre a questão na literatura espírita e dedicassem mais atenção ao enfrentamento do problema, de forma a poderem compartilhar a experiência com os demais participantes durante o estudo.

Ou seja: mesmo que não houvesse público nenhum durante a reunião, o processo em si de reflexão, estudo e vivência já teria sido suficientemente valioso para os expositores. Afinal, longe de nos pretendermos grande oradores ou profundos estudiosos do tema - ainda que todos sejamos espíritas atuantes há muitos anos -, todos os participantes deste projeto somos Espíritos que tiveram a coragem de reconhecer uma dificuldade íntima e aceitaram o desafio de tentar crescer com a ajuda de um novo estímulo!

Porém, se dentro dessa proposta o trabalho de evangelização já estaria sendo feito mesmo sem público, o que temos visto em nossos estudos é uma notável regularidade na quantidade de frequentadores desta reunião. Se no tempo das palestras havia uma enorme variação no número de participantes, que muitas vezes giravam em torno de 10, desde que a reunião passou a adotar o formato circular, em caráter participativo e com ênfase na partilha de experiências mediada pelo conhecimento espírita, dificilmente temos menos de 30 pessoas na casa.

E assim, juntos, com uma adesão inédita de trabalhadores e frequentadores, temos tido noites de grande vibração e profundas reflexões no Lar Espírita Chico Xavier. Nos próximos textos, nós vamos contar em detalhes como foram alguns estudos movidos a arte que foram desenvolvidos dentro desse projeto! Por ora, ficamos com uma singela canção do vasto repertório de Sacramento, quase todo composto por letras mediúnicas recebidas pela querida Alzira Bessa e melodias extremamente inspiradas escritas pelo não menos querido amigo Moacyr Camargo.

A canção que tocamos pela primeira vez na casa no dia em que decidimos adotar a metodologia em todas as atividades da casa, e que tem embalado boa parte das nossas reuniões desde então se chama Encontro. Com ela concluímos mais este relato sobre a bendita experiência de descoberta do Ser Espiritual que somos que o Professor Eurípedes tem nos ajudado a vivenciar!

   

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