quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

De relance

Caravana de Arte Espírita

Natal em dose dupla na praça do BNB, Centro de Fortaleza. Esse ano, a Caravana de Natal, evento realizado há três décadas pelo Centro Espírita João, o Evangelista, ganha o reforço do Natal Espiritual, iniciativa da Coordenação de Artes da FEEC. Além da tradicional concentração seguida de distribuição de roupas, brinquedos e comida, a véspera de Natal dos moradores de rua do Centro será regada a música. Gotas de Orvalho, Cantar é Viver, coral Bezerra de Menezes, Cativar, Tarcísio Lima e Luís Verão executam repertório espírita e natalino amanhã (24) a partir das 17h. Depois, entra em cena o batalhão de voluntários, que se divide em grupos pelas ruas da região, munidos do pão material e, principalmente do espiritual. Imperdível!

Fim de ano para o Espírito de Arte

O grupo encerrou nesse domingo as atividades de 2009, após uma semana maravilhosa de bate-papos musicados, shows e confraternizações. No último dia 16, conduzimos uma roda de conversa cantada inesquecível no Grupo Espírita Trilha de Luz, bairro Tancredo Neves. Foi nossa primeira oportunidade - de muitas, esperamos - de nos envolver pelo clima acolhedor daquela casa, que desenvolve um belíssimo trabalho social. Já no dia 19, confraternizamos com as turmas de ESDE e EDE do Grupo Espírita Paulo e Estevão da Água Fria. Para muitos integrantes, foi a chance de retornar a uma casa muito importante para nossa formação como espíritas. E para o grupo como um todo, foi o primeiro show lá e o primeiro contato direto com o público atual de uma das maiores casas espírita do Ceará. Por fim, no dia 20, o Espírito de Arte fez o maior show de sua história (12 canções!) na Sociedade Espírita Irmãos do Caminho, bairro Panamericano. Chance de rever velhos amigos, apresentar o trabalho para quem não conhecia e se deliciar com as benesses de uma casa que muitas vezes já acolheu o Espírito de Arte.

CDs e DVD em 2010

O próximo ano promete ser o mais produtivo dos últimos tempos na música espírita cearense. Pelo menos três grupos devem lançar novos trabalhos até o final de 2010. O Cantar É Viver já está em estúdio desde novembro. Após uma breve pausa, deve retomar as gravações em janeiro, com a meta de gravar 3 músicas por mês e finalizar ainda no primeiro semestre seu primeiro CD, ainda sem nome oficial. O Grupo Ame não arrisca estimativas, mas garante colocar o DVD Intimidade Espírita à disposição do público em no máximo um ano, a contar da gravação realizada esse mês no Centro Dragão do Mar. Correndo por fora, o Espírito de Arte está na fase de levantar orçamentos para a gravação de pelo menos três músicas, a serem reunidas num CD demo e/ou colocadas à disposição do público na internet. O repertório deve contar com Vontade de Viver e Hydesville, além de Mistérios Dessa Vida ou Deixa o Tempo Passar.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Novas

Espírito de Arte nesse fim de ano!

O Espírito de Arte fecha o ano a todo vapor em Fortaleza e Região Metropolitana. Desde o começo de dezembro, foram duas apresentações: no último dia 6, o grupo participou do encerramento das atividades da Mocidade Espírita Paulo e Estevão da Piedade. Foi um momento de muita alegria para nós, pela receptividade dos jovens, e também pelo fato de alguns integrantes do grupo terem freqüentado por muitos anos a Mepe.

Ontem à noite, as alas mineira e cearense do Espírito de Arte voltaram a tocar juntas pela primeira vez, desde que houve a ampliação do grupo em duas frentes de trabalho. Fora o reencontro, mágico por si, tivemos oportunidade de conduzir uma reflexão musicada com mais de 30 moradores do bairro Tancredo Neves. Apesar do improviso, pois o convite para fazer algo além de uma apresentação musical chegou minutos do início do evento, vivenciamos quase uma hora de música, introspecção e diversão como há muito não experimentávamos.

Já no próximo sábado (19), será a primeira apresentação formal do grupo no Paulo e Estevão da Água Fria, uma das maiores casas espírita do Ceará. O show começa às 19h e marca o encerramento das atividades do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita no Gepe esse ano.

No domingo (20), será a vez da Sociedade Espírita Irmãos do Caminho, no bairro Pan Americano, que também comemora o encerramento dos trabalhos de 2009. O evento começa às 17h, e marca a última apresentação conjunta do ano para o Espírito de Arte (Minas + Ceará).

Por fim, devemos nos apresentar no Grupo Espírita Luz no Lar, o Geluz, na Tabuba, dia 27 de dezembro (sábado), num evento voltado para o público infantil da comunidade que a casa atende. A programação começa às 16h.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Novas

Grupo Ame grava DVD ao vivo

Amanhã, um dos grupos mais tradicionais da música espírita no Nordeste sobe ao palco. Mas não é para qualquer apresentação. Enquanto centenas de pessoas estiverem assistindo ao show, no Anfiteatro do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, um batalhão de quase 30 profissionais vai estar a postos registrando cada detalhe do espetáculo.

Serão oito operadores de câmera, munidos de equipamentos de alta resolução, diretores de fotografia, técnicos de som, assistentes de gravação. Cada um fazendo a parte que lhe cabe para a gravação do Intimidade Espírita, primeiro DVD do gênero a ser gravado no Ceará.

Identificamos que durante estes 20 anos de atuação do grupo, a mensagem espírita que cantamos tem entrado de forma sutil, mas muito eficaz, na intimidade de pessoas e lares. Pela bondade da espiritualidade maior, ela tem tocado corações, esclarecido dúvidas, consolando e instruindo, cumprindo assim nossa humilde tarefa de divulgação espírita. Intimidade Espírita, porque desta forma acabamos participando da vida íntima de cada um que permitiu entrássemos em suas vidas e lares, explica Expedito Brito, fundador do grupo e um dos coordenadores do projeto.

Para as duas noites de gravação, o grupo promete um "passeio" pelo repertório consagrado entre os espírita nordestinos, além de canções cantadas, mas até hoje nunca gravadas pelo Ame. Participam também da festa convidados como Tarcísio Lima, arranjador, compositor e orientador musical do grupo em todos os discos que o Ame gravou; Adelson Viana, um dos acordeonistas mais conceituados do Ceará; Sérgio, Chiquinho e Luciano Klein, ex-integrante que vão cantar/tocar em algumas faixas.

Sobre a previsão de lançamento do DVD, Expedito é cauteloso. Ainda não sabemos ao certo, mas com certeza em 2010, com lançamento nacional, garante.

Com a gravação do show, o Ame se junta a um universo seleto, mas crescente, de grupos espíritas de arte que entram com os dois pés na era do audiovisual. O primeiro deles, foi o Grupo Arte Nascente (GAN), de Goiânia, que gravou ainda em 2007 o DVD Arte Nascente (comentado em detalhes neste mesmo blog), e agora já planeja o segundo disco, intitulado Vida.
Depois vieram o Grupo Semente, de Recife, que gravou o Semente Acústico 10 Anos em junho de 2008 e o Grupo Acorde, de João Pessoa, cujo trabalho, gravado em outubro passado, ainda não tem nome oficial nem previsão de lançamento.

Que sejam todas essas iniciativas um reflexo de tempos novos para a Arte do Bem, que canta a Paz, o Amor e a Bondade, que emociona e faz vibrar a alma, que fortalece e nos dá forças para seguir em frente. Rumo aos altos destinos que Deus reservou a cada um de nós!

domingo, 29 de novembro de 2009

Novas

A charge espírita do Jornal O Povo

Olha só como as coisas podem chegar, pelas vias mais inusitadas, ao universo espírita... Na última quinta-feira (26), a Folha de São Paulo noticiou que o deputado federal Ciro Gomes (PSB) teria feito a seguinte alusão ao governador de São Paulo, José Serra (PSDB): Eu comemoro que ele tenha finalmente notado que eu existo. Pois eu, normalmente, só percebo a existência dele por meio do coisa, que não é ele, é um ectoplasma.

A curiosa afirmação seria uma resposta ao fato de Serra ter se referido a Ciro, dias antes, nos seguintes termos: Ciro nem candidato é. E ele não vai fazer nada que o presidente Lula não queira.

Não vamos entrar no mérito do debate pré-eleitoral entre dois prováveis candidatos à presidência do nosso país. Mas não poderíamos ignorar a "tradução artística" do incidente político feita pelo chargista Clayton e publicada hoje no Jornal O Povo:

A imagem, pra quem não sabe, é uma referência às típicas reuniões mediúnicas de materialização, registradas em fotografia desde a segunda metade do século XIX. Em praticamente todas as fotos do tipo, pode-se perceber um médium, em pé ou sentado, e uma espécie de vapor opaco vazando pelo nariz, pela boca e/ou pelo ouvidos dele. No ponto de convergência dos fios esbranquiçados, forma-se a imagem de um rosto, um busto e, eventualmente, até de um corpo inteiro. Mais ou menos como se pode ver abaixo, no retrato do também cearense Peixotinho, um dos médiuns de efeitos físicos mais notáveis já registrados no Brasil.


O ectoplasma, termo cunhado pelo fisiologista francês Charles Richet, seria, a "substância" ou "energia espiritual" exteriorizada por esses médiuns, capaz de permitir o fenômeno da materialização de Espíritos. Quando lembramos que Ciro não é espírita, e que nem o conceito e nem as fotos são muito bem vistas pela comunidade científica, que costuma taxá-los de fantasia e charlatanismo, a intenção da referência a Serra ganha contornos bastante definidos...

Se não temos exatamente Arte Espírita, temos aí, pelo menos, um genuíno caso de espiritismo na arte, que não poderia passar despercebido por nós...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Idéias

Besouro: um herói que voa e vê Espíritos!

Eita, Brasil rico de cultura, arte e religiosidade! Um país que se forjou nos contatos - nada amistosos - entre povos totalmente diferentes. Que resultou numa sociedade altamente plural e heterogênea. E que ainda está aprendendo a lidar com toda essa diversidade.

É curioso notar como um país assim carece de heróis. Gente que represente a luta do povo, que sirva de exemplo para as conquistas e os anseios da gente. Não que eles não tenham existido. É só que poucos deles habitam a nossa memória.

No cinema, o diretor João Daniel Tikhomiroff tenta preencher essa lacuna com o filme Besouro: nasce um herói, que acaba de entrar em cartaz nos cinemas. O personagem-título é um capoeirista lendário que assombrou coronéis e fazendeiros do Recôncavo Baiano. Dizia-se que era capaz de levar a nocaute um pelotão de policiais, para sumir logo em seguida, sem deixar vestígio.

Mas o que nos inspira a escrever este texto é a forma como Tikhomiroff aborda as interações entre o mundo de cá e o de lá. O universo de Besouro é o das tradições africanas, particularmente do Candomblé. Homens e Orixás vivem em contato direto e freqüente. Rezas, sacrifícios e oferendas medeiam essa relação, vantajosa para ambas as partes.

Cabe ressaltar que, na tradição candomblecista, os Orixás não são Espíritos de pessoas falecidas. São ao mesmo tempo guardiões e representações dos elementos da natureza. Forças cósmicas que inteferem diretamente no destino dos homens. Tradicionalmente, são retratados com forma humana, mesclada com características dos elementos que personificam.

Na película, eles ganham uma representação exemplar em termos de naturalidade, expressão e relação com os homens e com a natureza de que fazem parte. Exemplar inclusive para os cineastas espíritas, atuais e potenciais, que haja por aí!

Um dos primeiros a aparecer é o temido Exu, orixá ambíguo, associado tanto a nobres quanto
terríveis realizações. No melhor estilo médium desorientado, um feirante percebe a presença da figura, confunde a entidade com uma pessoa comum que estivesse esnobando os produtos do quiosque dele, e parte pra cima do orixá! Detalhe: aos olhos da maior parte dos freqüentadores da feira, o pobre vendedor está se debatendo contra o vento!

Só quem parece compreender a "dança" do rapaz é o Besouro, ele também, capaz de ver os elementais. O capoeirista afasta o amigo e, também sem uma noção precisa a respeito de com o que está lidando, protagoniza uma luta e tanto com o Exu! Naturalmente, não acerta um único golpe, e ainda consegue demolir metade da feira na tentativa...

Ao longo da trama aparecem ainda o orientador espiritual, sempre pronto a aconselhar Besouro; a bela Iansã, a fluida Oxum, o guerreiro Ogum, o nebuloso Ossaim... Todos com uma naturalidade impactante, envolvidos em seus respectivos meios e áreas de atuação, cada um contribuindo com uma dádiva para a formação do herói.

Lá pelas tantas, tem até espaço para legítimos fenômenos de "psicapoeira"... Mas não vamos estragar as surpresas. Se ficou curioso, vai lá, prestigiar essa bela produção do cinema nacional. No geral, um bom filme, daqueles que deixam uma impressão agradável no espectador. Recomendo!


terça-feira, 3 de novembro de 2009

Arte e Educação: uma proposta diferente

Nesse fim de semana, o Espírito de Arte Minas conheceu uma forma diferente de fazer Arte Espírita. Os integrantes do grupo instalados em Belo Horizonte viajaram na sexta (30/10) para o município de Sacramento, 490 quilômetros da capital. Lá permanece de pé o Colégio Allan Kardec, primeira escola espírita fundada no mundo, em 1907. Hoje o prédio abriga uma
instituição espírita, além de museu, livraria e memorial. As atividade propriamente educacionais foram transferidas para a Escola Eurípedes Barsanulfo, a cerca de um quilômetro do local.

O motivo da viagem foi o 4º Seminário de Educação do Espírito, que ocorreria simultaneamente ao 3º Festival de Artes da Evangelização de Espíritos, no Colégio. Além disso, haveria a participação de José Pacheco, grande idealizador da Escola da Ponte, e de companheiros notáveis da Arte Espírita, como Moacyr Camargo, Jaime Togores, Marcílio e Elaine Dias...

Pois bem! O que vimos lá foi a arte aplicada à educação. A proposta da Evangelização de Espíritos é a de que a arte sirva ao autoconhecimento e ao crescimento do educando. Quem usufrui do teatro, da música e da dança, é, antes de tudo, o próprio "artista". As obras se constroem a partir de vivências produzidas em encontros e oficinas. Essa elaboração é a parte mais importante do processo. A exibição pública, quando há, normalmente se limita a encontros para troca de experiências entre os grupos que já praticam a metodologia.

O trabalho já é desenvolvido com sucesso em mais de 40 cidades de Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso e Goiás. O Espírito de Arte Minas pretende estudar e conhecer melhor a proposta nos próximos meses. Quem sabe, a empreitada não resulta em algum novo projeto...

Em Sacramento, só fizemos apresentações informais, em momentos de intervalo. Além disso, como se pode ver ao lado, demos uma força ao coral infantil de Rondonópolis (MT) que pretendia apresentar a canção Anjos, na Tarde de Talentos do domingo.


Mas um dos momentos mais marcantes do fim de semana foi o bate-papo com o Pacheco! Além de ouvirmos um pouco sobre a experiência única desse educador português e sua escola no interior de Portugal, tivemos a honra de acompanhar uma execução ao vivo do Hino da Escola da Ponte. Detalhe: com o violão do Espírito de Arte!!! Foto e vídeo, só com o finalzinho da canção, logo abaixo:

sábado, 17 de outubro de 2009

A Questão Espiritual em Harry Potter - Parte 3


Os mortos não deixam de existir. Continuam a ter consciência de si. Podem sentir o mundo a sua volta. Podem interagir uns com os outros e também com os que ficaram. E conseguem até dar alguns pitacos no rumo das coisas por estas bandas... Será uma síntese das idéias espíritas? Não exatamente. Esse é apenas o resumo das conclusões a que chegamos nos dois primeiros artigos sobre espiritualidade em Harry Potter.

No primeiro deles, lançamos a proposta de esboçar uma teoria espiritualista sobre o universo mágico elaborado por JK Rowling. A partir, é claro, das inúmeras pistas que obra e autora têm a oferecer sobre o tema. No segundo texto, damos prosseguimento à discussão, ampliando-a para a própria concepção do enredo, que, certo dia, "por quatro horas seguidas", "fervilhou no cérebro" da escritora, segundo seu próprio relato.


Agora, vamos no deter no último livro da série. O magistral Harry Potter and the Deatlhy Hallows, lançado no Brasil como As Relíquias da Morte. Ao mesmo tempo em que reafirma as conclusões dos artigos anteriores, ele lança pistas novas e intrigantes sobre a questão espiritual.

Naturalmente, daqui em diante o texto fala claramente sobre o enredo do livro. Portanto, quem ainda não leu e não gosta de saber antecipadamente das coisas, aproveite para reler os primeiros artigos e não prossiga neste!


Já no título, a confirmação do papel central exercido pelo problema da morte na trama. As tais relíquias nada mais são do que objetos que permitiriam ao possuidor "driblar" a morte. Uma capa de invisibilidade, imune a qualquer tipo de dano, capaz de ocultar o dono dos perigos. Uma varinha mágica que torna seu proprietário virtualmente invencível, portanto, imune a ameaças mortais. E uma pedra que consegue trazer de volta os mortos, preenchendo, ao menos, a lacuna deixada pela separação.

No mundo dos bruxos, esses objetos eram considerados lendários, pertencentes às fábulas infantis. Mas ao longo da trama, percebe-se que eles existem sim e, ironicamente, já levaram incontáveis aventureiros à morte. Fosse por ignorar os perigos concretos e imediatos no afã de encontrá-los, fosse por julgar-se, de fato, "senhor da morte" ao possui-los, e acabar também se descuidando de outras ameaças.



Para nossos propósitos, é interessante nos deter em uma das relíquias: a Pedra da Ressurreição. É ela que permite um dos momentos mais emocionantes - e transcendentais - de toda a trama. Quando Harry mais precisa, quatro pessoas "mortas" - em vida, extremamente importantes para ele - como que se materializam na frente do herói. "Menos substanciais que corpos vivos, e bem mais do que fantasmas, eles se moveram em sua direção, em cada face, o mesmo sorriso amoroso", descreve Rowling.


E naquele momento o aconselharam, reanimaram e garantiram a força que faltava para Harry cumprir a dolorosa missão que teria pela frente. O detalhe curioso é que, quando perguntou se outros não poderiam vê-los, ele ouviu a seguinte resposta: "Somos parte de você, invisíveis para outras pessoas". Uma pedra que aguça as faculdades mediúnicas do possuidor? A autora prefere deixar a questão meio nebulosa...

Da mesma forma que faz num momento à frente, este sim, o mais transcendental de toda a série! Ao tomar um golpe, que deveria ser mortal, Harry se vê numa espécie de limbo. Acorda lenta e desorientadamente, os sentidos voltando pouco a pouco a funcionar. À medida que toma consciência de si, sua mente começa a dar forma à imprecisão do espaço que o cerca.



Ao perceber que está nu, ele se incomoda, e deseja estar vestido. "Mal o desejo se formou na mente e apareceram roupas a uma pequena distância", relata a autora. A elaboração do meio não pára. "Harry se virou lentamente para o local, e os arredores pareciam se inventar ante os seus olhos", explica. É como se ele estivesse formando aquele espaço mentalmente, de forma instintiva, sem se dar conta, com base nas necessidades que vai experimentando. Qualquer semelhança com um certo Laboratório do Mundo Invisível não há de ser mera concidência...

Quando finalmente encontra alguém, o espanto: "Mas você está morto"! "Sim", responde o interlocutor. "Então... eu também estou?", pergunta. "Essa é a questão, não é?", pondera o Espírito, completando: "No geral, meu garoto, acredito que não".

Pois é! Harry Potter tem uma Experiência de Quase-Morte! Além de uma excelente oportunidade para ponderar sobre a vida, debater questões complexas e descobrir informações que desconhecia. O interlocutor explica que ele tem a chance de escolher entre retornar ou seguir. Mas para onde? "Em frente", como quem prefere desconversar.

A escolha? A que justifica o valor quase divino do sacrifício, do devotamento e da abnegação. Um assunto moral, mas com implicações espirituais, que vai ser o tema central do nosso quarto e último artigo sobre A Questão Espiritual em Harry Potter!

sábado, 3 de outubro de 2009

Mais

O rapper espírita que ganhou a mídia

Já imaginou um rapper nascido e criado no interior de Goiás? Cuja influência musical, até os dez anos de idade, se resumia às modas de viola cantadas pelo avô, na fazenda onde moravam?

Esse é Túlio Dek, o músico que emplacou, logo no primeiro
álbum, um hit em novela das 8 da Globo: "Sou muito eclético e sei separar muito bem as coisas. Gosto de ouvir Vinícius pra compor e hip hop pra me inspirar", disse ao jornal Plug, logo após o lançamento do CD.

Mas o que nos leva a falar dele aqui é outro fato interessante: Túlio é espírita declarado, a começar pelo próprio nome artístico que escolheu: "Tive o insight de pegar o 'Dek' do Allan Kardec, com 'k', pra modificar um pouco", explica.

O contato com o espiritismo começou na adolescência, quando a família se mudou para o Rio de Janeiro. Já aos 19 anos, o rapper participava de reuniões mediúnicas e psicografava textos. "Depois que me estabelecer com meu som, quero lançar um livro com os poemas que psicografei e doá-los. Não quero vendê-los porque isso não é meu. É um auxílio que recebo", disse ao Extra Online em julho de 2008.

Sem ter vivido na favela, Túlio usa a música para falar da vida, das dificuldades e superações que fazem parte do dia-a-dia. No emaranhado de temas e situações que aborda nas letras, a influência espírita se revela em versos como:

"Idas e vindas, vidas nascidas de partida / Experiência adquirida, confiança em dobro / Integrado, corpo e espírito no jogo", "A gente tem que saber levar / E entender que tudo vai passar / Nem sempre a gente pode enxergar / Mas o sol nunca deixa de brilhar" e "Tudo nessa vida é merecimento / O que a brisa leva, volta com o vento / Se não se decidiu, então corra atrás / Entre o bem e o mal, eu fico com a paz"

"Não acredito em sorte. Acredito em merecimento. Tem muita gente boa no mercado, mas as coisas são difíceis. Nada é por acaso. Você tem que correr atrás dos seus sonhos para que eles se realizem. Tem que correr atrás para merecer estar numa situação que te ajude a conquistar as coisas", revelou certa vez ao portal carioca Conexão Aluno.

Abaixo, o clipe da canção Tudo Passa, que foi tema do personagem Halley, na novela A Favorita. Título e letra sugestivamente espíritas...

domingo, 20 de setembro de 2009

Novas

Sucesso na abertura do Festival Lema

Um primeiro dia acima de todas as expectativas marcou a abertura do Festival Lema 20 Anos. Faltou espaço no Teatro Marista, Centro de Fortaleza, para acomodar mais de 350 pessoas que foram assistir à remontagem de Memórias de um Suicida, às 19h. Atropelos técnicos à parte, a apresentação reviveu, com intensidade redobrada, a emoção marcante desse espetáculo. Um trabalho que, apesar dos 7 anos de estrada, ainda parece ter muito a oferecer, ao público e ao grupo.

A receptividade foi tão boa que uma porção generosa dos espectadores permaneceu no teatro para a segunda peça da noite: Louco É Tu. A comédia, inclusive, precisou começar um pouco antes do horário previsto, diante da inquietação das pessoas pelo início. Foi mais uma sessão cheia, dessa vez, marcada pelo riso e pela alegria da platéia. Pela criatividade, pela direção e pelo humor, essa é, sem dúvida, uma peça que justifica a posição de destaque do Lema no cenário da Arte Espírita nacional.

Logo mais, às 18h, o grupo volta ao palco para a estréia do espetáculo O Mistério dos Remédios Homeopáticos, texto de Allan Denizard. É um trabalho com linguagem e atores mais jovens, voltado para essa faixa de público. Já às 20h, o Lema retoma a peça Deus, sucesso absoluto durante a V Mostra Brasileira de Teatro Transcendental.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Novas

Espírito de Arte + Cantar É Viver

O fim de semana que passou foi inesquecível para o Espírito de Arte! Ao lado dos nossos irmãos do Cantar É Viver, subimos ao palco para o primeiro show conjunto de que se tem notícia na música espírita cearense. Não foi uma apresentação com participações especiais, nem uma mostra em que cada um cantava uma canção. Foram catorze músicas, sete de um grupo, sete do outro, quatro delas cantadas e tocadas lado a lado, no auditório do Centro Espírita Francisco de Assis.

Juntos, pudemos dar uma boa mostra do que a nova geração da música espírita tem produzido no estado. Um trabalho que se fortalece pela união, com os pés no presente, olhar no futuro e muita coisa boa a oferecer pela frente!

O evento, é claro, já foi motivado pela vontade de agregar: toda a renda se destinou à ida dos grupos cearense à II Mostra Abrarte Nordeste, em outubro, na capital potiguar. Artistas espíritas de vários estados vão se reunir para cantar, tocar, interpretar, conversar e confraternizar. E certamente também para ouvir esse clássico do Cantar É Viver, que você vê abaixo, interpretado em parceria com o Espírito de Arte!


sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Idéias

Uma avaliação parcial da Mostra

Três dias e a Mostra Brasileira de Teatro Transcendental mostrou a que veio nessa sétima edição! O espetáculo Entre Deus e Mamon, do Teatro de Bonecos Riso de Deus, se apresenta desde sábado (15) no interior e nos terminais de ônibus da capital. Diversão e alegria garantidos para o público de todas as idades!

Na terça-feira, subiu ao palco principal a peça Valores: a cotação humana, de Brasília. Uma seqüência de monólogos mais ou menos interativos e com forte teor filosófico. A montagem apresenta altos e baixos. Apesar da boa contribuição que traz ao público, com uma proposta de repensar nossas ações diárias, a peça poderia tranqüilamente ser reduzida em mais de 20 minutos!

Ganharia em dinamismo e atratividade, sem perder o foco! Além disso, é preciso explorar mais recursos como luz, corpo e som, como forma de potencializar a força do texto.

Na quarta, foi a vez de O amor jamais te esquece, de São Paulo. Mais uma adaptação de romance épico, no caso, do médium André Luiz Ruiz, atribuído ao Espírito Lucius. Nada de novo no horizonte. A mesma velha transposição da literatura mediúnica para os palcos. Falta a experimentação, falta aproveitar melhor as possibilidades oferecidas pela linguagem teatral, bem diferentes daquelas que marcam o texto puramente literário. Como quase sempre ocorre nesse tipo de montagem, sobra explicação, falta criatividade cênica.

Ontem, por fim, a mais agradável supresa da Mostra, até aqui: Quem tem medo da morte?, dos baianos da Comunidade Arte e Paz. Sobre o espetáculo, vamos direto ao ponto. Compartilho com vocês uma breve resenha que escrevi:

Grandes, pequeninos, simples ou complexos, todos temos medos. Alguns deles são úteis. Ajudam a evitar o perigo, garantem nossa sobrevivência. O resto não passa de entulho. Coisas que a mente cria para se fechar. Coisas que a gente fia para se amarrar. E se há entre os medos um mais forte, esse é o medo da morte!

Quem não tem? Quem nunca sentiu? Quem nunca se viu angustiado pela perspectiva do fim? Talvez por isso mesmo não dê pra ficar alheio à humanidade exalada por
Quem tem medo da morte? Um texto profundo, que ganha dinamismo na direção bem conduzida de Edmundo Cezar. A cada cena, um novo olhar, a cada esquete uma forma nova de se libertar. Da cegueira, da angústia, das limitações... Da incerteza sobre o porvir, que nos impede de usufruir uma vida plena!

O tom escolhido é de provocação. Clichês sobre o aquém e o além são sucessivamente derrubados pelos três personagens que impulsionam a narrativa. Eles mesmos se revezam nas funções de condutores e vivenciadores da trama. Em conflitos bastante sugestivos sobre as influências invisíveis que nos cercam a cada passo da jornada.

Quem tem medo da morte? propõe à platéia um modo singular de perceber a morte. Sem dogmas, pudores ou receios. Com a espontaneidade de quem caminha sabendo aonde vai chegar. E entende que o amanhã reflete nossas escolhas. Que a morte é um novo princípio. E o nascimento, apenas um recomeço.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Idéias

A Arte na Libertação do Homem

Trazemos hoje para o blog uma contribuição e tanto para nossas discussões sobre Arte e Espiritualidade, assinada pela professora Márcia Fusaro, da Universidade Nove de Julho (SP).

A autora é doutoranda em Comunicação e Semiótica, pela PUC-SP, atua profissionalmente como tradutora e parece ter iniciado uma coluna sobre nossa temática central no site do Centro de Estudos Filosóficos Laboratório Evolutivo (Cefle).

Se ela foi além do primeiro artigo, não saberíamos precisar. O certo é que este que se lê abaixo nos chamou suficientemente a atenção para publicá-lo aqui.

Falar sobre arte é sempre uma redescoberta. Refiro-me à boa arte, aquela que toca o homem em sua essência, espelhando a centelha de beleza espiritual presente em cada um.

O bom artista conhece as facetas humanas melhor do que ninguém. Cada atitude, cada gesto, cada consagração e derrota humana é por ele captado e expressado em seu mais íntimo sentido. Mas ao assumir seu papel de revelador da alma do mundo, o artista investe no processo seu mais ousado vigor de "ver além", retratando na arte a emanação do ser, da essência espiritual. Exatamente por isso ele nem sempre é compreendido.

Os grandes artistas, verdadeiros magos da expressão, provam que a sensibilidade aliada ao talento torna possível "dizer o indizível", "alcançar o inalcançável". Espelho da própria busca do ser espiritual.

A arte também traz em si formas de meditação e de contemplação. É um refinamento do espírito e para o espírito. Arte é a manifestação de uma essência primeiro meditada pelo artista, depois expressada em uma forma estética, para então ser contemplada não apenas por seu próprio criador, mas por outros seres buscadores de suas próprias essências.

Quando digo arte, considero as diferentes formas de expressão artística humana, determinadas por uma estética específica, mas voltadas essencialmente à busca de uma transcendência.

Para estrear nossa coluna sobre arte e espiritualidade, ninguém melhor do que o poeta-místico inglês William Blake (1757-1827), um artista para quem a noção de espiritualidade era tão íntima quanto a própria arte.

Sua obra mais importante em prosa The Marriage of Heaven and Hell (O casamento do céu e do inferno) baseia-se nos escritos de Emanuel Swedenborg (1688-1772), outro grande intelectual e místico do século XVIII.

Para Blake, completamente incompreendido e tido por muitos como louco em sua época, o uso da imaginação em contraposição ao cientificismo cada vez mais exarcebado do século XVIII representou a luta artística de toda uma vida. Poeta, artista plástico e, acima de tudo, observador atento do mundo, Blake conseguiu com sua arte contrapor-se a seu tempo, rebelando-se contra o materialismo presente em seus dias. Levado por sua extrema ousadia de artista engajado, chega a declarar na carta ao amigo e intelectual Thomas Butts: "Que Deus nos guarde de ver com um só olho e de dormir o sono de Newton".

Evidentemente que as descobertas de Isaac Newton sobre a Física foram de extrema importância, mudando um quadro teórico que se estendia desde Aristóteles. Mas para o artista rebelde, William Blake, as descobertas da ciência, por mais brilhantes que fossem, não eram suficientes para explicar os processos da natureza e a alma humana, muito mais complexos do que o cientista é capaz de conceber.

Em sua ânsia de romper e de transcender os limites impostos por seu tempo, querendo manifestar-se como espírito livre que era, Blake tenta fazer "caber o infinito na palma de sua mão", e consegue:

Ver um mundo em um grão de areia
E o Paraíso em uma flor silvestre
Segurar o infinito na palma de sua mão
E a eternidade em uma hora

William Blake sabia como ninguém que somente a arte, com sua maior liberdade de expressão, é capaz de tornar possível a manifestação da tendência libertária do espírito. E soube mostrar isso da melhor forma que um artista pode fazê-lo: com sua própria arte.


Márcia C. F. Fusaro

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Mais

Mais show

Montando o cenário

Arrumando o palco

Descansando um pouquinho...

Passagem de som

Pra valer!

Caba bom!

Cantoras!

Cantoras II

O sorriso escondido sob os cabelos de uma guitarrista...

Participações especialíssimas

Black power!

Ele é mau...

Ai, meu lombo...

Só dá doido!

Lirismo

Vida em nós

Vida em nós II

Reencarnação!

Discreta, mas essencial!

Parabéns!

domingo, 26 de julho de 2009

Novas

Foi show!

Uma noite de convergências. Entre artes e estilos, caminhos e destinos, entre corpos e almas afins. Tudo costurado numa bela colcha de Retalhos, sincera e envolvente. Cantamos o que pulsava dentro de nós, tocando na batida do coração, traduzindo em gestos e expressões os sentimentos mais autênticos.

Subir naquele palco foi um marco para o grupo. Mostramos o fruto de meses de ensaio, de preparação, focada em algo original e verdadeiro. Apesar dos atropelos técnicos, nossa impressão, somada à resposta do público, nos faz acreditar que deu certo! Em clown e ciranda, em xote e erudito, em samba e rock, fizemos brincando o que muita gente acha que só se pode fazer com seriedade e introspecção.

Daqui para a frente, o desafio é amadurecer o show, preparando o caminho para vôos mais altos. Não vão faltar oportunidades! Já no dia 29 de agosto, o Espírito de Arte se apresenta lado a lado com o Cantar É Viver, no Centro Espírita Francisco de Assis. O show é em prol da viagem dos grupos de arte espírita cearenses a Natal, em outubro, para a II Mostra Abrarte Nordeste.

No dia 13 de setembro, Espírito de Arte em dose dupla: pela manhã, no III Uniarte, no Grupo Espírita Paulo e Estevão da Água Fria. À tarde, no GEAL de Arte Espírita, no Jangurussu. E, se tudo der certo, de 9 a 11 de outubro estaremos em Natal para nossa segunda Mostra Abrarte!

Ainda tem a idéia do CD, que não dá pra precisar ainda quando, mas, com toda certeza do mundo, vem...

Mais fotos, no post acima!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Novas

Espírito de Arte apresenta Retalhos

É neste sábado, pessoal! A chance de colocar à prova meses de trabalho, dedicação, expectativas e esperanças. Desde que voltou à ativa, em setembro do ano passado, o Espírito de Arte se prepara para fazer um show completo, com cenário, figurino, som, iluminação e repertório próprio. Um momento que tivesse a cara do grupo, alegre e descontraído, mas também profundo e tocante. Algo pra ficar marcado na memória, e que funcione como marco para as futuras ações do grupo.

O show Retalhos acontece no Encontro de Arte Espírita do Irmão Leite, evento que já abriu anteriormente as portas pro Espírito de Arte em 2007. A partir das 17 horas, o Teatro de Bonecos Riso de Deus e o cantor Luís Verão entram em cena para alegrar e emocionar o público. E às 18h30, o Espírito de Arte sobe ao palco para uma interação músico-teatral que, esperamos, vai cativar a todos!

No repertório, canções autorais que andamos apresentando nas mais de 20 apresentações feitas entre março e junho, como o xote Vontade de Viver e a balada Deixa o Tempo Passar; outras vão ser executadas pela primeira vez em público, a exemplo do samba de mesa Um Novo Começo, da balada Vida em Mim, da lírica Juntos Voaremos e do "faroeste sertanejo" intitulado O Auto da Terra do Pé Rachado .

No mais, algumas boas surpresas musicais e teatrais, muita energia, sinceridade e fé no futuro!

Serviço:
Espírito de Arte apresenta show Retalhos
Data: 25 de julho
Hora: 18h30
Local: Jardim do Hospital Nosso Lar
Endereço: R. Carapinima, 2380, Benfica - Fortaleza/CE
Entrada: GRATUITA

domingo, 12 de julho de 2009

Idéias

De Michael Jackson à Arte Espírita

Por que Michael Jackson fez tanto sucesso? Uma excelente estratégia de marketing, dirão alguns. Uma fantástica visão de mercado, defenderão outros. Espírito altamente empreendedor, criativo e talentoso, argumentarão ainda.

Obviamente, tudo isso está nas raízes do fenômeno que foi o mais jovem dos Jackson Five. Sem levar em conta esses fatores, a compreensão sobre um case midiático e empresarial tão genuíno se torna capenga. Mas eu acrescentaria um outro: a verdade que Michael imprimia em cada trabalho.

Mídia, mercado, marketing, talento e criatividade também estavam a favor de Beatles, Elvis e Madonna, por exemplo. Mas nenhum deles conseguiu bater tantos recordes, certificados inclusive pelo Guinness Book, quanto o autor de Billie Jean:

1) Artista de maior sucesso e também 2) o mais bem pago de todos os tempos, no ramo do entretenimento; de quebra, 3) o primeiro nesse setor a ganhar mais de 100 milhões de dólares em um ano; 4) vocalista mais jovem a alcançar o topo da parada de singles americana, aos 11 anos, e também 5) o que passou o maior número de semanas no topo; 6) o primeiro a ingressar nesse ranking já em primeiro lugar e ainda 7) primeiro artista a vender mais de 100 milhões de álbuns fora dos EUA. Por fim, 8) clipe musical de maior sucesso na história, com Thriller.

Para chegar a isso, Michael traçou um caminho semelhante ao das outras grandes estrelas do show bizz. Mas foi além. Expôs, com rara autenticidade, um mundo obscuro, de monstros e zumbis, de inconstâncias e mutações, de fragilidade e insegurança. Um mundo que, de tão exótico, chegava a parecer apenas uma fantasia bem bolada. Mas que conseguia magnetizar milhões de pessoas em todo o mundo justamente por ser mais: era o próprio mundo interior dele que transparecia ao público! Conflitos, recalques, sombras e medos. Tudo ali, claro e cristalino, expresso com tanta verdade que se tornava arrebatador.

O Rei do Pop soube traduzir as fragilidades da própria alma numa obra grandiosa e multifacetada. Da declaração de amor ao ratinho e melhor amigo de infância Ben à seqüência vertiginosa de tranformações de Black or White, passando pela forma quebrada e descontínua de dançar, tudo refletia as revoluções internas da alma do artista.

E foi justamente por isso que trouxemos para cá essa reflexão. Porque este é um espaço voltado para as discussões sobre Arte e Espiritualidade. Defendemos o papel da Arte como caminho por excelência para o desabrochar da Espiritualidade. E acreditamos que ela seja a forma mais contagiante e expressiva de comunicação já inventada pelo homem!

Portanto, se queremos ver algum dia uma revolução nas Artes, uma mudança radical no panorama dominante de obras rasteiras e superficiais, é preciso ter em mente exemplos assim. De quem fez das limitações o caminho para a superação. De quem conseguiu imprimir na obra, com maestria, aquilo que é a mais autêntica substância artística: a própria alma!

Mesmo quando somos artistas engajados, social, política ou religiosamente, não é possível ignorar que a nossa alma é o grande filtro dos princípios que nos propomos a disseminar. Por mais "isento", "neutro" que se pretenda ser, sempre há uma boa dose de subjetividade no produto final. E a obra, espírita, marxista, condoreira ou niilista, será tão mais artística quanto melhor reconhecermos nossa contribuição, única e intransferível, para a expressão das idéias que abraçamos. Isso não é orgulho, soberba ou vaidade: é o reconhecimento de nosso papel como co-criadores, ativos e responsáveis, desse mundo fantástico que Deus criou!

Viva Michael! Viva a Arte que transforma vidas e às vidas que transformam o mundo!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Mais

Quem somos nós

O Espírito de Arte é um grupo de artistas espíritas do Ceará. Nosso trabalho é essencialmente musical, sem deixar de lado o teatro e a poesia. A produção artística do grupo se baseia num olhar otimista sobre os problemas do mundo. Defendemos a valorização da vida e a importância de acreditar em nosso próprio potencial como agentes da transformação do mundo.

A Arte é vista como o meio por excelência para compartilhar sentimentos, capazes de impulsionar a construção de uma sociedade mais solidária e espiritualizada. E o trabalho, totalmente voluntário, é feito por idealismo e vontade sincera de ajudar. Ao mundo e a nós mesmos.

Histórico

O grupo surgiu no final de 2006, em Fortaleza. Cinco amigos universitários que estudavam o Espiritismo, em diálogo com o conhecimento acadêmico, resolveram desdobrar suas atividades. Eram quatro atores e uma cantora dispostos a investir numa forma diferente de fazer Arte no meio espírita. Algo mais envolvente, mais contagiante, que fugisse à tradicional "música de harmonização".

Logo após a primeira apresentação, o grupo se reduziu a quatro integrantes. Durante mais de um ano, o Espírito de Arte manteve essa formação, com um cantor/violonista e três cantoras. O repertório, freqüentemente teatralizado, era formado por canções espíritas do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, praticamente desconhecidas no Ceará. Foi assim que músicas como Hydesville, Rockumbral e Pensamento Sideral chegaram ao meio espírita cearense.

Depois de se apresentar no X Encontro de Mocidades Espíritas do Ceará (Emece), o grupo passou meses em recesso. Só no final de 2008 houve uma retomada dos encontros de estudos, seguida do retorno à ativa do Espírito de Arte. Nos meses seguintes, o grupo foi crescendo, ganhando novos instrumentistas e uma nova feição.

Novos rumos

A chegada da professora Paula Jucá estimulou o desenvolvimento de repertório próprio. Ela compunha melodias e os outros integrantes, letras. Assim surgiram Vontade de Viver, Vida em Mim, Um Novo Começo e o Auto da Terra do Pé Rachado. Além disso, o grupo ganhou no início de 2009 a participação da cantora e compositora Suzidali Holanda, que trouxe a canção Deixa o Tempo Passar, além de uma voz prodigiosa para incrementar solos e arranjos.

Com 10 integrantes, o Espírito de Arte trabalha hoje um repertório majoritariamente autoral. As composições passam pelo xote, pelo samba e pela balada, com boas doses de rock. Se há um ponto de convergência entre todas as composições, é a sinceridade na expressão daquilo que vivemos e sentimos. Alegria, autoconfiança, determinação, coragem, fé. Tudo de bom que nasce da alma e a ela fala.

Temática

O grupo considera sua produção pertencente ao domínio da Arte Espírita. Ou seja, aquilo que se escreve, compõe, executa e interpreta é fruto da vivência espírita, comum a todos os membros. O Espírito de Arte não se propõe a ser porta-voz do espiritismo e nem se ocupa de pregar preceitos doutrinários a ninguém.

Fazemos Arte, não doutrinação, nem panfletarismo musicado. E acreditamos que ela será tão mais espírita quanto mais bem fundamentada em nossa experiência concreta como seres humanos que fazem do espiritismo sua filosofia de vida.

sábado, 4 de julho de 2009

Novas

A Alma d'O Poeta em dose dupla

Foram 15 anos de espera. As fitas cassete Tarcísio José de Lima canta Doutrina Espírita I e II, lançadas em 1994 e 1995, esgotaram-se rapidamente, deixando na vontade uma legião de fãs em todo o Nordeste. Como o advento das mídias digitais então, os velhos K7s viraram peça de museu.

Para usufruir da poesia musical de Tarcísio era preciso assisti-lo ao vivo, em apresentações esparsas e quase sempre no papel de coadjuvante. Ou se contentar com regravações, muitas de alta qualidade, mas sem a alma que só o autor é capaz de imprimir à própria obra.


Na próxima quinta-feira (09/07), o público vai ter nova oportunidade de ver O Poeta ao vivo, no Theatro José de Alencar, às 20h. Mas com uma diferença. Agora é para lançar o aguardado álbum duplo, primeiro do gênero a ser lançado no cenário da música espírita! Após ouvir sucessos como Cantilena, Quedas e Acertos, Volta, Compromissos e Vence, vai ser possível levar tudo e muito mais para ouvir em casa, no aconchego do quarto.

As novidades em relação aos registros originais são quatro faixas bônus, que não existiam naquela época, além da regravação de Volta, com as participações da soprano Eliziane Ferreira e do baixo Clayton Robson. No mais, o bom e velho esquema voz e violão, feito por quem sabe e sente e compõe e interpreta como poucos! A exemplo do que se vê no vídeo abaixo!